Depende, existem tumores primários (do próprio cérebro), e tumores secundários (de outro lugar no corpo mas que enviou metástase para o cérebro). A Existem alguns tumores cerebrais benignos que podem sim ser curados. Entretanto os tumores malignos primários e os secundários nós não falamos em cura, mas em controle. O foco do tratamento oncológico tem que ser manter a qualidade de vida e a funcionalidade do paciente pelo maior tempo possível. Com o tratamento correto e seguimento constante é possível ter isso por muitos anos.

 Não. Câncer é o termo usado para descrever tumores malignos. Inclusive no cérebro isso indica algo diferente do que no resto do corpo. Geralmente chamamos de câncer os tumores que tem chance de enviar metástase (células do tumor de desprendem do local que ele surgiu e vão para outros lugares no corpo). No cérebro, chamamos de câncer os tumores que tem comportamento agressivo (crescem muito rápido e invadem o cérebro em volta), apesar de em raríssimos casos poder acontecer metástase do tumor cerebral, em geral esses tumores causam problemas por crescer rápido e destruirem progressivamente o cérebro que infiltram. Mas existem vários tipos de tumores cerebrais que tem o comportamento mais benigno, podendo ser controlados por anos, e em alguns casos curados.

Não. Cirurgia é uma das armas que podem ser usadas para tratar o tumor cerebral. Mas existem: Radioterapia/Radiocirurgia, Quimioterapia, Imunoterapia e tratamentos alternativos, que podem ser usados no tratamento. Em geral utilizamos múltiplos tipos de tratamento, em uma certa ordem e no tempo certo. Mas a cirurgia ainda é uma etapa importante no tratamento da maioria dos tumores. Nos benignos porque pode até gerar cura, e nos malignos porque reduz o tamanho do tumor, reduzindo consequentemente o número de células que precisam ser mortas pelos demais tipos de tratamento. Na verdade, no caso dos tumores malignos, um dos principais fatores de prognóstico (resposta ao tratamento) é uma cirurgia com ressecção de pelo menos 95% do tumor.

De jeito nenhum. Na verdade a maioria das cirurgias não deixa sequelas. Óbvio que cirurgias podem ter complicações, podem ter evoluções inesperadas e podem gerar déficits novos que não estavam planejados. Mas em geral, conseguimos avaliar os riscos potenciais e as possíveis sequelas pelos exames de imagem antes da cirurgia. A cirurgia é programada para não deixar novos déficits, e na maioria das vezes visa melhorar os sintomas. Outra questão é que a progressão do tumor, sangramentos, crises convulsivas, medicação e mesmo as outras terapias podem gerar sequelas. A grande diferença é que na cirurgia nós temos mais controle do processo, controlando melhor os riscos. Então, não operar não garante que não vai ter sequelas, na verdade, em alguns casos pode ser justamente o contrário.

Depende. Tanto no tumor cerebral quanto no tumor medular existem vários fatores que influenciam nesta possibilidade. A primeira coisa é se o tumor está destruindo o tecido ou está apenas apertando, já que a existência de um déficit neurológico prévio pode ser devido a estas duas possibilidades. Se estiver apenas apertando, pode ser revertido com a descompressão. Segunda coisa é a manipulação cirúrgica, que pode gerar sintomas temporários, que com o tempo e a cicatrização podem ser revertidos. Terceira coisa é a neuroplasticidade, que é a capacidade do tecido cerebral/medular de compensar a perda de uma área perdida, ou seja, outra região cerebral pode assumir as funções da área perdida. Em geral pode demorar até 1 ano para sabermos se a sequela é definitiva ou não, e nesse período a reabilitação tem que ser intensiva e constante (fisioterapia, fonoterapia, psicoterapia, terapia occupacional, etc.), focada no déficit específico e individualizada para o paciente.